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Pueblos Blancos: fugindo do convencional na Espanha

Fernanda Rosa
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Se estiver planejando visitar a Espanha, tem tempo sobrando e gosta de dirigir, a dica é incluir, além das cidades grandes como Madrid e Barcelona, o Sul: a famosa Andalucia. Dependendo de onde estiver vindo, use como ponto de partida Sevilla ou Granada, e aproveite para conhecer uma rota pouco conhecida pelos brasileiros, chamada de Pueblos Blancos.

Eu tinha poucos dias, então meu roteiro foi bem exaustivo, mas não me arrependo nem um pouquinho. Saímos cedinho de Sevilla com a intenção de ir parando ao longo do caminho até Zahora, onde ficava o nosso hostal, muito bom por sinal. Foi legal porque conhecemos Jerez de la Frontera (famosa pelo xerez) onde fizemos uma degustação na vinícola Gonzales Byass (Bodega Tio Pepe) à tarde. Pela manhã, conhecemos a Fundación Real Escuela Andaluza del Arte Ecuestre onde assistimos um show dos Cavalos Reais. É impressionante assistir os cavalinhos dançando. Não é meu tipo de programa, mas meu namorado amou e o lugar é muito bonito. Boa programação para quem viaja com crianças. Não é permitido fotografar nem filmar. Tanto a visita na vinícola como o show equestre, recomendo que agende/compre o ingresso com antecedência. Perdemos muitas horas esperando.

Também passamos por Cádiz, mas não curtimos muito, então foi só entrar e sair da cidade mesmo. Porém, quando chegamos a Zahora e vi a praia me arrependi muito de ter perdido aquela tarde quente para curtir o sol e o mar. Ônus e bônus de quem curti viajar sem amarras. Felizmente, ainda deu para pegar o por do sol e jantar na beira da praia. Provei um dos melhores peixes que já comi na vida, Tajine de Atum Marroquino do Restaurante Sajorami. O Atum Rojo de Almandraba é o peixe da região. No dia seguinte saímos muito cedo e focados em finalmente conhecer os Pueblos Blancos.

Os Pueblos Blancos ficaram assim conhecidos por conta da similaridade entre vilarejos e pequenas cidades, localizados nas redondezas da Serra de Grazalema, cuja característica visual semelhante são as casas com as fachadas pintadas em branco. Uma pintura feita com cal, utilizada há muito séculos, com o objetivo de combater o calor. A rota combina natureza com paisagens de tirar o fôlego, história, artesanato, culinária, incluindo castelos, grutas, museus, igrejas de diferentes estilos arquitetônicos. Roteiro perfeito para quem gosta de fotografia.

A primeira cidade da rota foi Vejer de la Frontera. Porém, como meu namorado não toma café da manhã, o combinado é sempre parar pelo caminho para eu tomar um cafezinho e comer alguma coisa que sustente até o almoço. Nessa vez, tivemos muita sorte e entramos no que parecia ser apenas um restaurante de beira de estrada. Na verdade, entramos no restaurante eleito o melhor da Província de Cádiz. Eu comi a mais perfeita seleção de queijos e presuntos, além de provar o azeite de oliva produzido pelo dono, Sr. Andres que nos atendeu. Melhor atendimento, melhor pão, que saudades desse café da manhã. Se estiver pela região não perca, Restaurante Venta La Duquesa.

Como são muitos vilarejos, umas duas dezenas, elegemos previamente alguns e conhecemos: Arcos de la Frontera, El Bosque, Grazalema e Zahara de la Sierra (onde almoçamos e curtimos uma banda de igreja e um festival de rua). Nota: não existe uma rota oficial, com início e fim. O roteiro fica a critério do viajante, tanto que pode iniciar vindo de Granada. As cidades que visitamos, foram as minhas escolhas depois de muita pesquisa.

Terminamos o dia em Ronda, a atração principal. Ronda é linda, de tirar o fôlego, mas é uma cidade, com mais estrutura e por isso, muito mais turistas se acotovelando pela foto perfeita. Hoje minha escolha seria curtir Ronda de dia e dormir em uma das cidades menores para aproveitar melhor o clima de interior.

No dia seguinte, ainda conhecemos Setenil de las Bodegas e Antequera com a intenção de chegar relativamente cedo em Granada e resolver um problema chamado “esqueci-me de comprar os tickets antecipados para Allambra”. Mas esse á assunto para o próximo post.

Quantos dias: fizemos em seis dias de Sevilla a Granada, ficando 3 noites em Sevilla (viemos de Portugal), 1 noite em Zahora, 1 em Ronda e 2 em Granada. Faltou tempo e foi corrido. Ideal seria 8 dias, um dia a mais nos Pueblos Blancos e um dia a mais em Granada, saindo cedo para conhecer Córdoba que ficou fora do nosso roteiro. Mas se tem mais tempo dedique pelo menos 10 dias e inclua outra cidade maior como Marbelle ou Málaga, ou fique mais tempo na praia, ou explore melhor cidades como Sevilla e Granada que são maravilhosas.

Quando ir: primavera ou outono. Cheguemos a Sevilla em 24 de outubro. Ótima época, pois a Andalucia é muito quente no verão. Apesar de ainda fazer calor, era suportável e ainda foi possível aproveitar praia e mar.

Onde ficar: usamos de base, por conta do valor dos hotéis, Zahora (um hostal muito querido) e Ronda (bem localizado, porém um bed & breakfast ok). Não costumo recomendar hotéis porque depende do bolso do viajante. A média por noite foi de 54 euros. Alguns hotéis não tinham estacionamento e a maioria das cidades não tem estacionamento na rua, então tem que adicionar mais uns 10-15 euros por dia.

Aluguel de carro: aluguei um carro muito, mas muito pequeno mesmo, o Renalt Twingo na SIXT. As malas não cabiam no porta-malas e ficaram sempre no banco de trás. O que é um problemão, já que a Espanha é famosa pelos arrombamentos de carro. A solução foi sempre estacionar em estacionamentos pagos. E mesmo assim com o coração na mão. Não tivemos nenhum problema felizmente. Se puder, alugue um carro maior. Porém, nas cidades menores, o pequeno Twingo passou em todos os becos… Em algumas ruas tivemos que fechar os espelhos retrovisores. Vimos um SUV literalmente entalar. Cuidado!

Não deixe de experimentar: Tudo! A culinária do Sul da Espanha é influenciada pelos árabes, tem restaurantes incríveis. No Sul, coma peixe, se sentirá no Marrocos. Também impressiona a variedade de queijos e de embutidos, incluindo o famoso jamón ibérico.

Troque a cerveja pelo vinho: a Espanha é um grande produtor, destaque para o Tempranillo e o Moscatel. Atenção para a classificação por tempo de safra: Crianza, Reserva, Gran Reserva e sem nenhuma classificação, apresentará o ano da Corsecha (safra). Quando ler Rioja ou Castillha La Mancha em um rótulo, refere-se à região produtora. Se apreciar espumantes e afins, a Espanha também é um grande produtor de Cava (espécie de champanhe), inclusive a região é dona do nome Cava, assim como a região de Champagne na França. Recomendo a marca Cordoníu, muito famosa. Para degustar algo bem local, passe uma tarde em Jerez de la Frontera. Lá fabricam o famoso vinho de mesa Xerez. Não é tão gostoso quanto o vinho do Porto, mas também é um vinho sobremesa interessante. Agende com antecedência a vinícola. Tem várias opções.

Mais Espanha no Vai Para o Mundo

Se quiser conhecer outros destinos bacanas na Espanha, clique AQUI e leia as dicas das nossas viajantes sobre Barcelona e Mallorca.

* Fotos de Daniel Estima Bandeira

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Fernanda Rosa
Fernanda Rosa

Publicitária por formação; marketeira em tempo integral e escritora nas horas vagas por amor. Leonina, porto-alegrense, pós-graduada em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas-RS; adora cinema, música, propaganda, jogar futebol, torcer pelo Colorado e cozinhar. Apaixonada pelo mundo, faz uma mala como ninguém.

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