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Marajó: o que fazer na famosa ilha do Pará

Ana Reyes
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Se seu roteiro de férias inclui Belém do Pará, aproveite para conhecer a Ilha de Marajó. Banhada por rios amazônicos e pelo Oceano Atlântico, a maior ilha fluviomarítima do mundo tem belas paisagens e uma culinária deliciosa.

O barco de Belém para Marajó sai todos os dias do Terminal Hidroviário da capital e custa R$ 48 (em julho de 2018). Na alta temporada, recomendo comprar a passagem com alguns dias de antecedência para garantir o horário pretendido.

Pegamos a lancha Expresso Golfinho I, da Master Motors, que sai de Belém às 8h15 e leva duas horas até Soure e Salvaterra, os principais destinos turísticos da ilha. Na volta, o primeiro barco sai às 5h30 da manhã. Para informações atualizadas sobre preços e horários, a empresa atende pelo whatsapp – 91 98166-8297 (Belém), 91 99183-1793 (Salvaterra) e 91 99331-0476 (Soure).

Ao todo, passamos três dias em Marajó e considero tempo suficiente para conhecer as principais atrações. Ficamos hospedados em Soure e no primeiro dia pegamos uma barca, que sai de 30 em 30 minutos, para chegar a Salvaterra. A travessia custa R$ 5 e seria bem rápida se a saída não atrasasse.

Nessa área da ilha, visitamos a Praia Grande, para a qual é possível ir a pé do ancoradouro. Já em Soure, conhecemos as praias de Barra Velha e Pesqueiro. Uma dica: vá às praias de manhã, porque à tarde o tempo fecha e sempre chove. É bom lembrar também que, apesar de ser a capital turística da ilha, Soure é uma vila simples, sem muita estrutura, com ruas de terra e lama.

Praia de Barra Velha
     
Praia do Pesqueiro

Além das praias: búfalos, culinária e carimbó

Os búfalos são uma atração a parte em Marajó. A ilha tem mais de 600 mil animais – cerca de três para cada habitante. São quatro espécies distintas, diferenciadas pelo estilo do chifre. Eles chegaram na região no século XIX, comprados por fazendeiros, e hoje são usados para transporte, carga, turismo e até como montaria da polícia, além de estarem presentes na culinária marajoara.

Em diversos restaurantes de Soure é possível encontrar a carne e o queijo de búfala. O famoso filé marajoara, que é justamente a junção desses dois ingredientes, não pode ficar de fora da sua viagem. Experimentamos no restaurante Delícias da Nalva, que também nos ajudou a encomendar queijos para levar.

Se seu nome é ousadia, prove também o caldo de turu, um molusco que cresce na madeira que apodrece nos mangues com a alta da maré. Para finalizar, peça o doce de leite de búfala de sobremesa. É gostoso, mas o mineiro e o argentino ainda estão no topo da minha lista.

  
Caldo de turu e filé marajoara no restaurante Delícias da Nalva
Doce de leite e pudim de leite… de búfala!

Falando em búfalo, outra opção de passeio em Soure é conhecer a Fazenda São Jerônimo. A visita de duas horas custa R$ 150 e inclui o percurso de canoa pelo igarapé até o mar, trilha pelo manguezal e passeio com os animais. Fizemos o tour no horário da manhã para ir à praia à tarde (o que não se mostrou a melhor alternativa).

Na fazenda, há ainda outras opções de visitas mais longas, e mais caras, que incluem a travessia do igarapé pela água, em cima do búfalo, mas a disponibilidade depende do horário da maré.

Encontro do igarapé com o mar, na praia do Goiabal

O passeio de canoa desemboca na praia do Goiabal, que é linda e deserta. O banho, infelizmente, não é liberado por conta das arraias na água. Depois, atravessa-se o manguezal a pé e termina-se o caminho andando de búfalo, uma experiência divertida até pra quem se preocupa muito com os animais, como eu.

Em resumo, as paisagens impressionam e durante todo o trajeto os guias trazem bastante informação sobre a ilha, a fauna, a flora e a cultura marajoara. Mas, no final, ainda achamos que o preço é alto demais.

  
Trilha pelo manguezal e passeio de búfalo na Fazenda São Jerônimo

Como se deslocar: O transporte em Marajó é bem precário. Para conhecer as praias e a fazenda, fomos de táxi, já combinando os horários de volta, porque o sinal de celular lá é bem ruim. Como estávamos em quatro pessoas não ficou tão caro, mas muita gente opta pelo mototáxi, que sai mais em conta.

Na última noite, aproveitamos para conhecer uma roda de carimbó, mas não queríamos nada turístico. Seguimos então a dica de funcionários do hotel e chegamos a uma casa, muitas ruas longe do centro da vila. O “Tambores do Pacoval” é um carimbó raiz, cantado e dançado por moradores de Marajó (e muito mal imitado por alguns turistas), pelo qual pagamos uma contribuição simbólica. Uma experiência incrível! Não deixe de perguntar sobre eventos desse tipo em sua viagem à ilha.

  

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Ana Reyes
Ana Reyes

Carioca, vive equilibrada entre o trabalho em São Paulo e a vida no Rio. Workaholic ansiosa pelo próximo destino de férias, busca conciliar o medo de avião com a vontade de ir sempre mais longe. Descobriu no marido, capixaba, o parceiro ideal com quem quer conhecer o mundo. Jornalista e professora de História, gosta de flanar por grandes cidades e experimentar o cotidiano de cada lugar.

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