A parte mais complexa de planejar a minha viagem para a África do Sul, foi escolher o safári. Quando comecei a pesquisar, me deparei com pacotes com preços caríssimos que não cabiam no meu bolso de mochileira. Fazer um safári sozinha e sem carro estava me parecendo complexo, caro e perigoso. Li diversos blogs de viagens, falei com algumas pessoas que já tinham ido para a África do Sul e a cada dia ficava mais confusa. Não estava disposta a pagar uma super grana para observar os animais selvagens, mas também não queria abrir mão dessa experiência única.
Existem diversas opções de safáris na África do Sul, desde aqueles que é possível tocar os animais, à observação dos animais na vida selvagem. Como sou completamente contra ver animais aprisionados seja a forma que for, escolhi ir no Kruger National Park. O parque é o maior e o mais famoso safári do continente africano. O Kruger é gigante, para atravessar o parque de carro de norte a sul, demoraria umas 9h sem parar, percorrendo um pouco mais de 400 km no meio da vida selvagem. Lá os animais vivem livremente no seu habitat natural, protegidos da caça, que apesar de proibida ainda fomenta muito dinheiro no mundo.
Depois de escolher o parque, precisava definir em qual parte do Kruger me hospedaria, como faria para chegar lá, como iria me deslocar dentro do parque, se comprava um pacote aqui no Brasil ou deixava para decidir lá, enfim eram mil dúvidas. Para ajudar você a fazer o safári no Kruger no modo BBB (Bom, Bonito e Barato), listei 15 perguntas e respostas para você poder curtir a vida selvagem de boas. Confere aí. 😉
Os hotéis oferecem transporte do Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo, que custam em torno de R472,50 (R$ 131,33) por pessoa para cada trecho. Existem outros aeroportos mais próximos do parque, como Nelspruit Airport e Hoedspruit Airport, com voos diários de Joanesburgo.
Já os ônibus saem da rodoviária de Joanesburgo, para todas as cidades da África. Porém, a rodoviária de Joanesburgo é um ambiente mega tenso (parece que você vai ser assaltado a qualquer momento, como em toda a cidade). Acho que não vale a indiada e nem a economia.
Também é possível alugar um carro no aeroporto para chegar até o hotel. As estradas com pedágio são boas e bem sinalizadas e tem algumas bem lindas pelo caminho. O Maps e o Waze funcionam bem, porém como a internet é péssima por lá recomendo baixar os mapas para usá-los off-line.
Se ficar hospedado próximo a Skukuza a viagem pode demorar em torno de 6h a 7h, para fazer 462km. Já para chegar até a região do Marloth Park, pode demorar em torno de 9h, para percorrer 561km.
Mínimo 2 dias para conseguir ver diversas espécies de animais. Além disso, se puder hospede-se um dia na região Sul e no outro mais ao Centro ou ao Norte do Kruger, é o ideal para conhecer animais e regiões diferentes.
Se você tem dinheiro para investir nessa experiência, hospede-se num hotel dentro do Kruger. As diárias são caras, em torno de R$ 3.000,00 por pessoa, mas com certeza não será necessário sair do hotel para observar os animais, pois eles são facilmente vistos de dentro do hotel. Se prefere uma hospedagem mais barata, recomendo um hotel fora do parque o mais próximo possível de algum portão de entrada do Kruger, para otimizar o tempo de deslocamento.
A região com mais estrutura e mais movimentada do parque é Skukuza. Tem restaurante, banheiros, loja com recordações do safári, supermercado, cabanas e camping para se hospedar, além de uma recepção para contratar os safáris.
A região do Marloth Park, perto do portão Crocodile, é bem localizada e com preços de hotéis mais acessíveis. As cidades no em torno do parque, podem ser uma boa opção BBB, porém é preciso considerar o trajeto do hotel até o portão do Kruger.
Me hospedei na região sul do Kruger, próximo ao portão Crocodile, perto da fronteira da África do Sul com Moçambique. Bem pertinho tinha um centro comercial, com lojas, correios, bancos, supermercado e restaurantes.
Primeiro olhe no mapa do Kruger quais são as regiões que gostaria de conhecer. Escolha o portão de entrada e busque no Booking os hotéis próximos ao portão. Na busca do Booking escreva: Parque Nacional Kruger ou Crocodile Bridge ou Marloth Park ou Skukuza, ou o nome de outra região do parque que queira ficar. Também existe a possibilidade de reservar tanto a hospedagem como os passeios no site do parque, porém achei mais fácil o Booking.
Não. É possível contratar os passeios no dia, ou no dia anterior, nos próprios portões de entrada do parque ou no hotel que estiver hospedado. Existem diversas opções de passeios com acompanhamento de um guia credenciado do Kruger, com o carro do safári ou caminhadas pela savana (vegetação típica da região). Eles acontecem normalmente no nascer e pôr do sol, período em que os animais circulam mais pela savana devido ao calor. Para entrar no Kruger é cobrada uma taxa de conservação de R372 (em torno de R$ 100,00) por pessoa.
Não. É possível fazer o safári dentro de um carro. Só é importante cuidar as recomendações de segurança.
Não. Apenas alugue um carro alto, para facilitar a observação dos animais. Mas você pode fazer o safári com qualquer carro, já que a estrada dentro do Kruger que é asfaltada.
Depende do que você gosta e o dinheiro que tem para gastar. Na minha opinião, a vantagem de contratar um guia, é que ele conhece muito bem o Kruger e os animais. Os guias costumam se comunicar via rádio, para avisar onde estão os animais, e também possuem autorização para entrar de carro dentro da savana e falam sobre parque e os animais. Já de carro, é possível observar os animais e a natureza sem pressa, no seu tempo. E ter a possibilidade de se aventurar e descobrir a savana, porém pode acontecer de você não ver todos os animais que gostaria.
Resumindo, eu faria o primeiro dia com o guia do Kruger, para conhecer a dinâmica do safári e do parque. E no segundo dia, faria o safári de carro para economizar e observar os animais no meu tempo.
O hostel (HomeBase Kruger) que reservei fazia os valores abaixo:
Safári de dia inteiro:
Preço: R1350 (em torno de R$ 370,00) por pessoa
Duração: 8-10 horas
Inclui:
– Safári em veículo aberto
– Guia credenciado
– Deslocamento a partir do hotel
– Café da manhã leve
– Taxas de conservação do Parque Nacional Kruger
Safári de meio dia:
Preço: R1150 (em torno de R$ 320,00) por pessoa
Duração: 6-7 horas
Inclui:
– Safári em veículo aberto
– Guia credenciado
– Deslocamento a partir do hotel
– Café da manhã leve
– Taxas de conservação do Parque Nacional Kruger
Mini Safáris:
Custo: R450 (R$125) – R550 (R$153) – dependendo das datas e horários reservados
Duração: 3 horas (Nascer do sol: 04:00; Pôr do sol: 16:30; Noite: 19:00)
– Safári em veículo aberto
– Guia credenciado
– Deslocamento a partir do portão da Crocodile Bridge
– Safári durante o pico da atividade animal, com as melhores chances de ver os animais em ação.
A melhor relação custo / benefício é o passeio de um dia inteiro. Mas a melhor opção seria fazer o safári de meio dia e depois outro a noite, pois a maioria dos animais circulam a partir do final da tarde, por causa do calor.
Existem outras opções de safári que são vendidas por agências de turismo no Brasil e na África do Sul. No site do Kruger também é possível comprar as diversas modalidades de safáris.
Apenas jantar, ler um livro e dormir. A internet na região é péssima, seja 4G ou Wifi dos hotéis. Os únicos entretenimentos da região são os animais selvagens. E com certeza você estará cansado de passar o dia observando a vida selvagem.
Os mais procurados são os ‘Big Five’ que são os cinco maiores animais da África: elefante, leão, rinoceronte, leopardo e búfalo. Dos Big Five, eu vi apenas muitos elefantes, rinoceronte, e alguns búfalos, porém fiz apenas dois dias de safári, de carro alugado e sem guia. Também vi diversas outras espécies, como o javali africano, mais conhecido como o Pumba, personagem do filme Rei Leão. E muitos animais diferentes que só tinha visto em documentário do National Geographic, que não faço nem ideia de que nomes eles possam ter…kkk. Além é claro, dos animais clássicos de zoológico, girafas, zebras, cervos ou veados, muitas aves, e muitos outros.
Sim. Tenha consciência que você está invadindo o habitat natural de animais selvagens. E que as vezes eles podem se estressar com carros passando pelo seu caminho. Por isso é importante manter uma distância segura do animais. E manter as portas dos carros fechadas ou contratar um guia.
Achei engraçado que a única recomendação de segurança que recebi quando entrei no Kruger foi um folder em inglês com as orientações de segurança. E o folder fala basicamente para manter uma distância segura dos animais, pois eles podem se estressar com o barulho do carro. Além é claro de não poder alimentar os animais, descer do carro, fumar, beber entre outras regras que como essas considero básicas. Para a minha surpresa, o único animal que o folder destaca para ter cuidado é o elefante, pois ele fica estressado com facilidade com o trânsito dos carros, podendo ficar agressivo e perseguir os carros. A recomendação ao ver um elefante é parar o carro e manter um distância segura e deixar ele passar.
Fazer um safári é uma experiência única, linda e inesquecível. Observar os animais vivendo a sua vida na selva é se sentir dentro de um documentário do National Geographic. Cheio de mistérios, emoções e descobertas. E o exercício de simplesmente parar e observar a natureza nos mostra que a natureza é linda, forte, perfeita, tem seu próprio ritmo e tempo. Que a gente não tem controle nenhum da vida e nem das surpresas que ela nos reserva.
Vai para o mundo descobrir a vida selvagem! 🙂