No meu último post, contei um pouco sobre a experiência de conhecer os Pueblos Blancos na Espanha. Terminei o post com spoiler sobre um drama chamado ingressos para Alhambra. Pega a pipoca, o lenço e vamos ao drama.
Imaginando que esse é o motivo de você estar aqui nos lendo, em tese todo o viajante pesquisa sobre o seu destino de viagem. Depois das marcações de passagens, hospedagem, aluguéis de carro, etc. inicia a parte boa que é a de ler sobre o destino, pontos turísticos, história, dicas de restaurantes, ou ainda, dicas mais específicas para quem viaja com crianças ou solteiros em busca da melhor noite, pubs, etc.
Lógico que eu fiz isso antes de embarcar. Principalmente porque o meu acompanhante, o marido, vai no vácuo. Tirando o aluguel do carro, o resto é comigo. Só não reclamo mais porque ele é excelente fotógrafo. E foi lendo sobre a Andaluzia que eu decidi o roteiro: sairíamos de Sevilla, passaríamos 2 (poucos) dias pelos Pueblos Blancos para então, chegar em Granada, onde qualquer vivente interessado na cidade sabe que a atração principal é Alhambra.
Para quem nunca ouviu falar, Alhambra, patrimônio mundial da UNESCO, é um rico complexo que servia como palácio e fortaleza, construído e habitado pelos árabes durante o domínio muçulmano até 1492, quando os espanhóis reconquistaram a região. Alhambra passou então por modificações no estilo renascentista e contemporâneo. Apesar dos mais de 500 anos após a tomada pelo Ocidente e de uma boa parte da arte islâmica ter sido desfigurada, Alhambra ainda impressiona: um pedaço do Oriente dentro da Europa. Para quem gosta de história e arquitetura é imperdível, tendo inclusive sido considerado para figurar entre as novas maravilhas do mundo. A visita leva ao menos três horas. Por isso o ideal é reservar meio dia para conhecer bem o local e o bairro onde fica.
Todos os blogs que eu li sobre Alhambra alertavam: compre seu ingresso com antecedência. Aí começa aquele conflito de quem gosta viajar com liberdade. Se não reservamos com antecedência hotéis, por exemplo, corremos o risco de ou ficar mal acomodados, ou pagar mais caro (ou até muito caro), ou ficar mal localizado. Os infortúnios são todos previsíveis. Porém em nenhum momento me passou pela cabeça que os ingressos esgotassem. Se for alta temporada, com um mês de antecedência, não se acham mais ingressos! É como um show do U2 em São Paulo. Só resta a alternativa visita guiada comprada de um operador turístico, praticamente um cambista.
Verdade seja, quando reservamos o nosso esplêndido apartamento, o dono me perguntou se eu já tinha ingressos para Alhambra e se disponibilizou em comprar porque esgotavam rapidamente e ainda seria alta temporada. E eu resolvi que, mais perto a gente vê. E o mais perto foram cinco dias antes, quando eu estava em Sevilla. E o que eu descobri? Ingressos esgotados na compra direta pelo site. Como eu não sabia bem como seria o itinerário nos Pueblos Blancos, deixei o ingresso em segundo plano. E, particularmente, é bem mais legal viajar mais livre, porém sendo brasileiro e tendo a desvantagem do câmbio, entre outras, é bem complicado viajar assim.
Porém o drama foi grande, pois mesmo comprando de um operador turístico, já estavam praticamente esgotados. Entrei numa fila de espera e rezei. Tudo com a ajuda do dono do apartamento. Faltando poucos quilômetros para chegar a Granada recebi o fatídico e-mail com parabéns consegui os seus ingressos, porém vão custar 300 euros para o casal.
A primeira coisa que passa pela sua cabeça é, quando eu voltarei a Andaluzia? E a Granada? Toda boa viagem deixa aquele gostinho de quero mais, mas o mundo é enorme e uma encarnação (com salário de brasileiro) não é suficiente para repetir todos os destinos. Então, respondi: pago! Acabamos gastando muito mais:
Ficou a lição. Algumas decisões de viagem tem que ser tomadas antes de fazer as malas. Ou então, abre aquele Tempranillo, relaxa e passe o cartão.
Valeu a pena? Valeu! Alhambra é sensacional e não tenho foto que faça justiça a tanta beleza. Igualmente, a visita guiada é uma aula de historia e de arquitetura. Valeu cada euro suado.
Como o tempo em Granada foi muito curto, conhecemos apenas Alhambra e arredores. Na noite que chegamos subimos ao Mirador de Sán Nicolás, melhor ponto para uma vista noturna incrível de Alhambra.
Onde ficar: em Granada ficamos hospedados nos Apartamentos Campo del Príncipe, tipo apart hotel, completo e bem decorado, aconchegante. Localização perfeita, ótimo custo-benefício. Não tem estacionamento, o que é comum nas ruelas estreitas de Granada. Deixamos o carro num estacionamento pago, há menos de duas quadras.
Onde comer: infelizmente ficamos muito pouco tempo na cidade. Acabamos comendo na volta do apart hotel. Tem muitas opções de bar de tapas. Duas vezes acabamos lanchando numa espécie de sanduicheria gourmetizada, onde o dono, um espanhol que viveu em Portugal, o que facilitou a conversa, nos deu uma pequena aula e degustação de vinhos. O povo espanhol sabe receber bem o turista.
Para mais dicas sobre a Andaluzia, incluindo: quantos dias, quando ir, sobre aluguel de carro, comidas e bebidas, acesse o post sobre os Pueblos Blancos.
* Fotos de Daniel Estima Bandeira.
Oi, tudo bem? Estou nesse drama, não consegui os ingressos. Vou com minha mãe e irmã, estarei em Granada dia 04 e 05/01 e não sei mais o que fazer. Teria como me indicar essa visita guiada, onde comprou? Não acho em lugar nenhum.
Você vai em janeiro, é isso mesmo? Se sim, só comprar os tiquetes no site, ainda tem ingresso (https://tickets.alhambra-patronato.es/). Se for de última hora, a opção é pedir ajuda pro hotel ou flat ou air bnb – que foi, inclusive, o que a Fernanda (autora do post) fez 🙂